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O que é

A estenose do canal vertebral lombar é o estreitamento do espaço central da coluna que contém as raízes nervosas na região lombar, composta por 5 das 33 vértebras da coluna vertebral.

O estreitamento do canal vertebral, causado pelo aumento de estruturas ósseas e ligamentos, denominado hipertrofia, comprime as estruturas nervosas lombares e pode resultar em vários sintomas.

Tipos

Pode ser primária (congênita), rara, afetando cerca de 9% dos pacientes, ou secundária (adquirida), relacionada ao espessamento das estruturas circundantes do saco dural, frequentemente observada em pacientes acima dos 50 anos e é a causa mais comum de cirurgia da coluna em pacientes com mais de 60 anos.

As 5 vértebras lombares são numeradas de L1 a L5, e os espaços intervertebrais onde estão os discos são denominados L1-2, L2-3, L3-4, etc. Os espaços L3-4 e L4-5 são os pontos de estenose mais frequentes.
A estenose lombar pode ser classificada quanto à localização do ponto de estenose, central no canal vertebral, ou lateral (foraminal), espaço ósseo por onde as raízes nervosas emergem da coluna vertebral em direção às pernas.

Sintomas

A estenose lombar apresenta sintomas de acordo com o local da compressão do tecido neural. Pode incluir dor lombar, desconforto ao estar em pé, principalmente ao caminhar. Geralmente os sintomas aliviam quando o paciente senta por alguns minutos.

O caráter dinâmico da estenose lombar explica esta característica. Na posição ereta, o canal vertebral tem a área diminuída, ao contrário da posição sentada, onde o canal vertebral aumenta seu diâmetro.

Por ser uma doença degenerativa de evolução arrastada, a sintomatologia é progressiva. Inicialmente, os pacientes têm dificuldade para caminhar longas distâncias sem dor, evoluindo para dores ao caminhar curtas distâncias até que o simples ato de ficar em pé seja altamente limitado pela dor.

Casos mais extremos podem apresentar sinais e sintomas da síndrome da cauda equina, considerada uma urgência.

Causas

A degeneração da coluna vertebral está associada ao processo natural de envelhecimento. Sua incidência aumenta com a expectativa de vida da população. Na coluna vertebral saudável, suas estruturas atuam de maneira sincrônica na absorção e distribuição das cargas, permitindo mobilidade em seus segmentos.

Com o tempo, componentes como colágeno e água têm suas proporções alteradas nos tecidos, afetando as propriedades biomecânicas da coluna. Além do risco aumentado de protusões e herniações discais, tecidos circundantes, como ligamento amarelo e facetas articulares, tendem a hipertrofiar, comprimindo estruturas nervosas.

A estenose lombar é uma doença dinâmica, dependente da posição da coluna lombar. Em extensão, o canal vertebral diminui naturalmente de diâmetro, enquanto ao sentarmos, ocorre a “abertura” do canal.

Diagnóstico

O diagnóstico da estenose lombar deve seguir avaliação clínica criteriosa, levando em consideração a queixa do paciente e o exame físico, importante no direcionamento dos exames complementares. A ressonância magnética é o principal exame, além de radiografias dinâmicas e tomografia computadorizada.

Algumas doenças podem ter sintomas similares. Os diagnósticos diferenciais devem ser excluídos ou identificados em avaliação criteriosa.

Tratamento

O plano terapêutico deve ser individualizado. Exceto em casos de urgência com déficit neurológico agudo e/ou progressivo, inicialmente preconizamos abordagem menos invasiva possível, como fisioterapia, hidroterapia, acupuntura e tratamento medicamentoso.

Pacientes com persistência dos sintomas são candidatos ao tratamento cirúrgico, que consiste quase sempre na descompressão do canal e forames.

Prevenção

Não há evidência científica de medidas que previnam o desenvolvimento da estenose do canal vertebral. No entanto, a manutenção de equilíbrio muscular lombar e abdominal através de exercícios específicos atuam na prevenção de sobrecarga mecânica das estruturas da coluna vertebral, diminuindo sintomas de dor.