O que é neuralgia do trigêmeo?
A neuralgia do trigêmeo é um problema neuropático característico pela sensação lancinante e aguda, semelhante a um choque que segue pelas terminações do nervo trigêmeo em direção à face. Seu surgimento ocorre, na maioria das vezes, pela redução ou perda da bainha mielina, aproximando o nervo de outras estruturas, como uma artéria. Por isso, a síndrome do trigêmeo ocorre com maior frequência em pessoas de mais idade, ou seja, pela perda natural dessa capa de proteção nervosa e compressão por uma artéria provocando sensação intensa de desconforto.
Esse nervo surge no tronco cerebral e, em seguida, forma o chamado de Gânglio de Gasser, ou gânglio trigeminal, onde ele se ramifica em três em direção, até a base do crânio. Através dos forames, que são aberturas na base do crânio, esse nervo chega à face dividido em três partes:
V1 – Divisão Oftálmica;
V2 – Divisão Maxilar;
V3 – Divisão Mandibular.
O nervo trigêmeo tem relação com a sensibilidade do rosto. Apenas a raiz do V3 apresenta um componente motor, atuando na estimulação dos músculos ao fechar a boca.
Qual é o diagnóstico de neuralgia do trigêmeo?
O diagnóstico da neuralgia do trigêmeo é essencialmente clínico, levando em conta o comprometimento da doença, faixa etária do paciente e seu histórico médico. Normalmente, é solicitada uma ressonância magnética de encéfalo, de modo a visualizar se há compressão do nervo por uma estrutura vascular ou tumor na região.
Qual o tratamento indicado para neuralgia do trigêmeo?
A neuralgia do trigêmeo pode ser tratada, em primeira instância com remédios, entre eles medicações para prevenir convulsões chamadas de antiepilépticos. Estes medicamentos diminuem os disparos anormais do nervo que causam sensação intensa de desconforto. Contudo, doses muito elevadas desses medicamentos que, em geral, são anticonvulsivantes, podem provocar efeitos colaterais como desequilíbrio, tontura, diminuição da capacidade de raciocínio.
Embora esses medicamentos possam controlar o momento de desconforto, às vezes por longo tempo e até por toda a vida, é preciso pôr mensurar os benefícios e os efeitos adversos que o uso que essas drogas produzem. Além de poder apresentar efeito colaterais, o paciente pode desenvolver alergia à roga ou não apresentar redução das crises, mesmo após ter alcançado a dose limite do remédio, tornando mais concreta a hipótese de uma cirurgia.
No caso da intervenção cirúrgica, a alternativa são os tratamentos para descompressão microvascular; procedimentos ablativos que incluem: rizotomia com radiofrequência (termocoagulação), compressão mecânica com balão e ablação com glicerol; radiocirurgia e bloqueio periférico.
Como é o tratamento cirúrgico para neuralgia do trigêmeo?
No caso das medicações ministradas em doses corretas não evoluírem na evolução do tratamento, bem como, a dor persistir, existem as técnicas cirúrgicas que incluem três abordagens minimamente invasivas, e um procedimento de maior complexidade.
Como é o tratamento minimamente invasivo para neuralgia do trigêmeo?
Tratamento minimamente invasivo com técnica de microbalão: Um dos métodos mais utilizados para tratamento da neuralgia do trigêmeo é a introdução de um cateter em cuja extremidade um balãozinho é insuflado e permanece distendido por 50 segundos em média, sendo esvaziado em seguida. O objetivo é comprimir o gânglio para interromper a circulação e, assim, imobilizar e neutralizar a região, amenizando a sensação intensa de desconforto causado pela perda da bainha de mielina. Pode haver um período de perda temporária da sensibilidade da face que geralmente dura entre 30 e 60 dias, mas a satisfação dos pacientes costuma ser alta e os efeitos colaterais são mínimos ou inexistentes.
A opção de maior complexidade envolve a abertura da base do crânio para entrada de um microscópio, que irá verificar se algum vaso está comprimindo o trigêmeo. Esse método apresenta retorno das crises em 30% a 35% dos casos. O método mais adequado será definido em consulta presencial pelo seu médico de acordo com cada caso, e com a avaliação das condições físicas do paciente. O diagnóstico geralmente é feito a partir das queixas do paciente e dificilmente são necessários exames para comprovação.
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